quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Os imensos abismos
Que farei com esta paz
Que me consome,
Corrói-me
Como uma ferrugem
Sobre o ferro?
Esta paz
Posta sobre as coisas,
Esta paz
Jogada sobre a cama,
Esta paz
Personificada em lábios,
Braços,
Bustos,
Pernas
E dedos.
Esta paz
Efêmera sobre os lençóis,
Acuada pelo medo –
A presa que se devora!
Esta paz fragmentada sobre imensos abismos,
Descendo a profundezas tão nossas!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Fuga
Fugiu com a ausência,
Abrigou-se nas lembranças
Onde, somente lá,
podemos ir além.
Talvez o acaso nos encontre e
O abraço seja longo
Como a reprimir,
Sufocar desejos indevidos.
Ou talvez o receio mantenha-o em outro polo,
A revirar o riso ecoado,
As mãos afoitas que se despiram da lucidez,
A ideologia errante dos que se entorpecem de vida.
Fugiu com o conto,
Com meu sentimento mais sincero,
Meu anseio em ver-te sempre abrigo.
Fugiu-me como fogem os loucos,
Os presidiários,
Os que nunca sentiram amores maiores.
Fugiu-me. E é certo que nunca volte.
Rayane Medeiros
Poetisa
Abrigou-se nas lembranças
Onde, somente lá,
podemos ir além.
Talvez o acaso nos encontre e
O abraço seja longo
Como a reprimir,
Sufocar desejos indevidos.
Ou talvez o receio mantenha-o em outro polo,
A revirar o riso ecoado,
As mãos afoitas que se despiram da lucidez,
A ideologia errante dos que se entorpecem de vida.
Fugiu com o conto,
Com meu sentimento mais sincero,
Meu anseio em ver-te sempre abrigo.
Fugiu-me como fogem os loucos,
Os presidiários,
Os que nunca sentiram amores maiores.
Fugiu-me. E é certo que nunca volte.
Rayane Medeiros
Poetisa
A praia
Olho no horizonte e nada vejo.
Nem a lua, nem eu mesmo.
Nada!
E adormeço na areia,
Sou um nada, no nada.
Nas noites de pensamentos incertos.
Sou um nada, no nada.
O silêncio, no silêncio.
O escuro.
A praia.
Marcos Antoniel
Poeta
Nem a lua, nem eu mesmo.
Nada!
E adormeço na areia,
Sou um nada, no nada.
Nas noites de pensamentos incertos.
Sou um nada, no nada.
O silêncio, no silêncio.
O escuro.
A praia.
Marcos Antoniel
Poeta
A dor do Poeta
Nesta vida nasci poeta,
Minha vida é sofrer.
Meus passos são tropeços,
Minhas dúvidas, morrer.
Vilipendiado sou todos os dias
Por aqueles que tornaram a poesia suicida.
De todas as dores a pior
É a solidão, sou poeta irei sofrer
Essa escravidão.
Ronne Grey
Poeta
Minha vida é sofrer.
Meus passos são tropeços,
Minhas dúvidas, morrer.
Vilipendiado sou todos os dias
Por aqueles que tornaram a poesia suicida.
De todas as dores a pior
É a solidão, sou poeta irei sofrer
Essa escravidão.
Ronne Grey
Poeta
sábado, 17 de dezembro de 2011
Remotas emoções
Ungir com os teus meus lábios famintos
Ao sentir a carne úmida e macia de tua boca
é para mim
como se sentisse a
nostalgia dos lábios
que jamais havia beijado
embora os tenha sempre recordado
Teus lábios eram, então, pra mim,
a lembrança árdua e viva
de uma memória distante
de um instante que relembro
Embora não o tenha vivido
Como se minha boca
Estivesse há muitos anos
esperando por teus beijos
Embora eu sequer soubesse que existias
E cada beijo teu é, pois, para mim
Uma emoção remota
Beijos escaldantes
Com pequenos pedaços de nostalgia.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Marinheiro do Nada
Vejo-me no afã
De pendurar segredos
Nos olhos imprevistos
Do amanhecer...
Desperto-me – inquieto –
Para o riso
Escalando-te na esperança vã
De te aquecer!
Arrasto-me – despencando de mim –
Marinheiro do Nada à mercê
Das marés que cortam a carne fria,
Fria no alvorecer!
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Autorretrato
Rir-se,
Para encobrir soluços,
Esquecer frustrações,
Desiludir-se.
Rir-se,
Do cabelo desgrenhado
Às pernas inquietas.
Rir afoita,
Como criança em tempo de festa;
Como velho que não tem mais pressa...
Rir-se,
Porque a vida é bela,
O sol sempre lhe espera,
E o riso foi feito pra ser gasto.
Rir pra exibir seus dentes –
Amarelos,
Irregulares,
Seu melhor postal de natal.
Rir-se –
Histérica,
Estridente;
Pois é do riso que ela é feita.
Rayane Medeiros
Poetisa
Para encobrir soluços,
Esquecer frustrações,
Desiludir-se.
Rir-se,
Do cabelo desgrenhado
Às pernas inquietas.
Rir afoita,
Como criança em tempo de festa;
Como velho que não tem mais pressa...
Rir-se,
Porque a vida é bela,
O sol sempre lhe espera,
E o riso foi feito pra ser gasto.
Rir pra exibir seus dentes –
Amarelos,
Irregulares,
Seu melhor postal de natal.
Rir-se –
Histérica,
Estridente;
Pois é do riso que ela é feita.
Rayane Medeiros
Poetisa
Respostas incertas – amor próprio
Amo-me ao ver-me,
Pois não sei amar a mais ninguém.
Inebrio-me ao fitar-me no espelho.
Ao ver-me.
Ao ver minhas mãos ao deslizar
No corpo teu que não amo como o meu,
Mas por quê?
Se ao ver-me,
Vejo-te em ardente amor?
Porque se somos em alma uma só,
Amo a mim com maior intensidade?
Respostas incertas de um amor próprio.
Marcos Antoniel Gomes
Poeta
Pois não sei amar a mais ninguém.
Inebrio-me ao fitar-me no espelho.
Ao ver-me.
Ao ver minhas mãos ao deslizar
No corpo teu que não amo como o meu,
Mas por quê?
Se ao ver-me,
Vejo-te em ardente amor?
Porque se somos em alma uma só,
Amo a mim com maior intensidade?
Respostas incertas de um amor próprio.
Marcos Antoniel Gomes
Poeta
Geografia
Na geografia ousada do teu corpo
Perco-me em curvas,
Em desatinos.
Tua pele,
Tuas costas
Teus sinais.
Fazem-me novamente infante,
Errante cavaleiro
Que nunca mais voltará.
Perdido que me acho em ti,
No fogo dos teus cabelos,
Na vastidão do teu olhar.
Onde andará aquele que já fui?
Aquele que eu era?
Como fugir dessa quimera,
Se em ti, na tua geografia,
No teu gingar,
Estou extremamente perdido,
Mas exatamente onde quero estar?!
Alessandro Paiva
Professor e poeta
Perco-me em curvas,
Em desatinos.
Tua pele,
Tuas costas
Teus sinais.
Fazem-me novamente infante,
Errante cavaleiro
Que nunca mais voltará.
Perdido que me acho em ti,
No fogo dos teus cabelos,
Na vastidão do teu olhar.
Onde andará aquele que já fui?
Aquele que eu era?
Como fugir dessa quimera,
Se em ti, na tua geografia,
No teu gingar,
Estou extremamente perdido,
Mas exatamente onde quero estar?!
Alessandro Paiva
Professor e poeta
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