sábado, 18 de fevereiro de 2012

(Per)Verso

Faz-se cada verso da agonia
Que sai do coração do poeta
Como um parto, lancinante

Fez-se aos poucos a poesia
Pequena, imperfeita, incompleta
Garimpada como diamante


Vão embora os fantasmas
Vão agora é o verso
Vão, vazio, deserto
Mas como posso me esquivar da poesia?

Apronte o verso
Aponte o lápis
A ponte se faz
Entre o que é real e o que é fantasia


Haja o verso! - e ele se fez
E se fez outro, e mais outro!
Desdobrou-se em sentidos
Em perder-se de significados
Em desprender-se, liberto

Expôs minha carne outra vez
Mostrou minhas vontades
Meus sentimentos retidos
Como me esconder da poesia
Que escorre do meu peito aberto?

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