sábado, 21 de julho de 2012

Gravatá


Para mamãe (D. Lourdes Pinheiro)

Gravatá... Oh! Meu Gravatá
Que saudade que eu tenho
Do meu velho Gravatá!

Da lagoa bem limpinha,
Do meu tempo de criança,
Dos caícos e das piabas,
Que eu gostava de pescar...

Pra comer bem fritadinha,
Com beiju e com farinha...
No almoço, na escolinha,
Ou quando vinha de lá pra cá...

Era lindo quando o sol trazia o dia,
Como eram belas tuas noites de luar
Que saudade que eu tenho
Do meu velho Gravatá!

A choupana arrumadinha
Dava gosto de morar,
Rodeada do roçado
Que mamãe ia cuidar...

Da porquinha bem cevada
Que ajudei mamãe criar,
Que saudade que eu tenho
Do meu velho Gravatá!

No roçado as fruteiras
Dava gosto de olhar:
Sapoti, banana, manga,
Caju, goiaba e araçá.

Do roçado se tirava a mandioca
E na casa de farinha
Eu ajudava a preparar...

No engenho tinha mel de furo
Dava para se lambuzar...
Com inocência se vivia,
A pobreza não doía
Tinha força pra trabalhar!

Hoje, meu querido Gravatá,
Uma gente diferente
Veio aqui te habitar...

A lagoa abandonada
Dá vontade de chorar...
O trabalho, com amor,
Não existe mais aqui...

Por amor nada se faz
Tudo tem que se pagar
Com dinheiro, a alto preço,
Inda ficam a murmurar...

Eu te amo, minha querida terra,
Apesar de tudo esta tão diferente,
Tanta gente tão mesquinha
Que ocupa este lugar...

Mas sei que ainda existe
Gente que sabe amar
Esta terra abençoada
Que é meu velho Gravatá!                


Chumbo Pinheiro
Poeta

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