Que os poemas venham dissipando planos...
Que me orientem – bússola – para o insano
Interior só meu – interior profano.
Esta sombra que me aparece em sonhos tranquilos
E me atormenta toda a geografia do ser,
Arrasa-me por dentro... É aquilo de que me vingo
No mesmo interior imundo – mundo do não ter.
Se toda a ciência o meu olhar ilude
E se toda a existência paira sobre meu viver,
Entrego-me às horas, à vicissitude,
Ao que me destrói, aniquila o querer...
Todos os amanhãs libertam meus poemas
Como cavalos alados ao amanhecer...
E, então, vejo-a sobre a cela dos dilemas
Que trotam no meu peito – desprazer...
Mário Gerson
Poeta
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