A chuva cai sobre meu corpo
E, estendido como um cristo,
As vozes me transpassam,
Anunciam imagens –
As virtudes do Eu Abandonado.
As vozes me atravessam
Na noite ou na manhã
Em que me perco (me encontro)
Na mesma senda ancestral do meu Eu
(Meu próprio algoz).
As vozes me perseguem
– Atravessam a medula da alma –,
Se encravam nas mãos, na pele, na vida...
Se embrenham nos meus poros,
Navegam sobre meus ombros,
Trafegam sobre meus pensamentos.
As vozes me redimem de tudo,
Da vida e dos embaraços –
Quando me vejo só, quando me vejo pó,
Espírito qualquer desvirtuado.
Mário Gerson
Poeta
Lindo e profundamente sensível.Gostei
ResponderExcluirObrigado, Dulce... pela leitura e pela gentileza.
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