Para o poeta Demétrio Vieira Diniz
Por que a multidão se enfastia pelas ruas?
Tantos homens percorrendo noites,
Tantas noites debruçando outras,
Tantos silogismos e paradoxos nas camadas da vida...
Por que a multidão se enfastia pelas ruas?
Tantos malabaristas espirituais,
Tantos símbolos sobrepostos,
Tantas claridades abismais...
Por que a multidão duela nas ruas?
De tantos e tantos maniqueísmos,
De tantos e tantos bíceps partidos,
Tantas aniquilações por nada.
Como Romeus modernos - atirando outros,
Como Carmens modernas, deslumbrando outras,
Como generais que atiram para além do fosso
A munição da batalha de uma vida toda.
Mario Gerson,
Poeta
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