quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Viúva negra


Depois da cisma da manhã,
A massa corporal aniquilada –
O gesto habitual de quem regara
A existência em campos verdes e medonhos...

Depois da cisma da manhã –
Como uma viúva negra à mesa,
Tua boca alimentou-se de sonhos
Naufragados na luta vã...

Depois da cisma da manhã –
Como uma viúva negra que rodeia
A vítima a seduzir-lhe o ser,
Tua boca tragou o resto – o fim
Daquele fio de viver.

Depois da cisma, a manhã
- Inaugurando sóis cotidianos –
Invadiu um morto sobre lençóis mundanos.

Mário Gerson
Poeta

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